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SOBRE O LIVRO

O excedente é o mais novo livro de poemas de Ricardo Rizzo.

Carolina Serra Azul escreve no texto de orelha que

“O excedente, de Ricardo Rizzo, é um livro contemporâneo, mas cultiva um velho (e bom) hábito: o de desvelar o modo como objetos, eventos políticos, sentimentos, doenças e poemas são produzidos. Contra um mundo aparentemente monolítico, os poemas auscultam obsessivamente os processos que levam as coisas a ser o que são. Nesse sentido, não surpreende que muitos deles sejam intitulados como estudos (fato que também ocorre nos livros anteriores do poeta). Modo de composição importante sobretudo para a música e para as artes plásticas, o estudo abarca tanto a análise de uma tradição artística quanto o desenvolvimento de novas técnicas. Porém, no que se refere à efetiva possibilidade do novo na conjuntura neoliberal, o poeta não é ingênuo: com ironia, assinala a estreiteza a que a produção literária foi submetida pelo reino da mercadoria – “Este texto/ não tem nada de experimental/ usa palavras integralmente/ dicionarizadas, possui/ intenção clara de vagar/ apenas pelas ruas seguras, iluminadas/ de uma cidade ocidental/ de renda média”. Ainda assim, a insistência dessa lírica em tornar evidente processos, e não resultados – a voz poética persegue o movimento invisível das conexões cerebrais, do envenenamento provocado pelo transparente gás lacrimogêneo etc. – entrega ao leitor uma matéria contemporânea, repleta de correspondances nada baudelairianas. Por meio da sondagem de tudo o que os rodeiam e os envolvem, os poemas percebem que a natureza e o artifício se correspondem – ou melhor, equivalem-se – de maneira profana. Evidenciam que a única totalidade possível em nosso tempo é pautada por um modelo econômico que procura subtrair as qualidades específicas dos seres e da natureza – da vida, em suma. Como não poderia deixar de ser, a investida de Rizzo contra suas próprias descobertas está em seu meio, as palavras, uma vez que o olhar poético aposta no potencial imagético do unheimlich (que envolve, afinal, o excedente, restos e erros que pulsam sob a casca grossa do sistema de equivalências capitalista): em uma maçã confusa ou em um polvo mutilado pode residir um caminho que reconduza o modo de produção, personificado em um dos poemas do livro, ao seu estado de coisa a ser modificada.”

SOBRE O AUTOR

RICARDO RIZZO (1981) nasceu em Juiz de Fora (MG). É autor de Cavalo marinho e outros poemasConforme a músicaPaís em brancoEstado de despejoCanção do arbítrioEstudo para uma execuçãoEstudo para um herói vazio Sobre rochedos movediços: deliberação e hierarquia no pensamento político de José de Alencar. Traduziu e organizou do poeta Bill Knott a coletânea O Inimigo e do poeta Chales Simic a coletânea Meu anjo da guarda tem medo do escuro.

SERVIÇO

O excedente

Autor: Ricardo Rizzo

Editora: Corsário-Satã

Número de páginas: 136

Ano: 2022

Formato: 12x18 cm

ISBN: 978-65-997462-1-5