R$42,00

2 x de R$21,00 sem juros
Ver mais detalhes
Entregas para o CEP: Alterar CEP

SOBRE O LIVRO

O País de Akendenguê é o terceiro livro da poeta são-tomense Conceição Lima e sua segunda publicação no Brasil.

No prefácio à obra, o professor Helder Macedo, diz:

O país de Conceição Lima é uma viagem entre a memória e o desejo, uma ilha da imaginação. Lembrei-me, ao ler os seus poemas, da ilha “angélica, pintada” que segue a rota dos navegantes n’Os Lusíadas como um corpo feminino nascido das ondas. Mas que é um corpo feito de palavras – uma ilha “pintada” com palavras e “angélica” por ser um projecto de totalidade – que só em ilha se transforma, ficando fixa entre as ondas como se uma ilha de facto fosse e não a feminina água de onde parece emergir, quando é vista por quem conseguir vê-la na imaginação. Prosseguindo a minha analogia camoniana, dir-se-ia também que a poesia de Conceição Lima é o roteiro de uma viagem iniciática do corpo feminino de uma ilha-nave feita de palavras – o barro da casa ancestral, as ondas das colinas, as águas correntes de um rio – entre o imaginado momento mágico de uma infância fundadora e um propósito de totalidade ainda por encontrar na imaginação do desejo.

O livro está organizado em sete secções ou (como vêm designados numericamente no masculino) cantos ou capítulos. É precedido, tal como cada uma das secções, por epígrafes que simultaneamente servem para guiar o leitor e para definir as coordenadas culturais da autora. Na sua maioria são versos de outros poetas, muitos dos quais, embora não todos, de língua portuguesa e, entre estes, sobretudo poetas para quem o português também é uma língua africana; a angolana Ana Paula Tavares, o moçambicano Luís Carlos Patraquim, o são-tomense Francisco José Tenreiro. Um equivalente espírito de africanidade em língua portuguesa também se manifesta em poemas de homenagem ao guineense Hélder Proença, ao cabo-verdiano-guineense e guineense-cabo-verdiano Amílcar Cabral e à conterrânea são-tomense Alda Espírito Santo. Nesses poemas, referências explicitamente políticas a acontecimentos fundadores da consciência nacional africana articulam a ilha do mito com o tempo da História. Amílcar Cabral (“Alta testa de Ébano e Claridade”)  é o herói exemplar mais extensamente celebrado. Mas também Kwame [Nkrumah], o primeiro presidente da primeira nação africana moderna, Ghana, e o nunca assaz lastimado Patrice Lumumba são barões assinalados neste livro onde o Mito e a História convergem num todo de personalizada exemplaridade.  A voz poética de Conceição Lima só poderia ser feminina e só poderia ser africana mas, como sempre acontece na melhor poesia, excede género e etnia, do mesmo modo que excede nação, para depois tudo isso reinstituir como uma particularização de mais ampla relevância universal.

 

SOBRE A AUTORA

Conceição Lima (1961) nasceu em Santana, ilha de São Tomé (São Tomé e Príncipe). É autora dos livros O Útero da Casa (2004), A Dolorosa Raiz do Micondó (2006/2008) e O País de Akendenguê (2011), todos publicados pela Editorial Caminho, de Lisboa, Quando florirem salambás no tecto do Pico (edição da autora, 2015, e Visto do Meio do Mundo – Crónicas seguidas de um Auto do Século XX, publicado em Fevereiro de 2023.

 

SERVIÇO

O País de Akendenguê

Autora: Conceição Lima

Número de páginas: 136

Ano: 2023

Formato: 12x18

ISBN: 978-65-997462-9-1